sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Pablo Neruda

Querer

Não te quero senão porque te quero

E de querer-te a não querer-te chego

e de esperar-te quando não te espero

passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero,

te odeio sem fim, e odiando-te rogo,

e a medida de meu amor viageiro

é não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro

seu raio cruel, meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego.

Nessa história só eu morro

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero, amor, a sangue e a fogo.


Um comentário:

L. disse...

Lindíssimo Poema!
O Neruda sempre se supera!

Bjs!